DIY é mais do que estimular o cérebro, é também uma forma de ser contra o sistema corporativo/industrial e também monetarista.
Podemos trocar experiências, conhecimentos e até mesmo o produto final.

Na construção a coisa é sem mimimi e momomo, o papo é rústico e reto! :oD

Sai da cidade grande em nome de um dia a dia mais salubre e para construir minha casa com uma boa oficina, e nela poder fazer minhas estrapizongas mais livremente, o resto é história...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Construindo a minha casa - Instalação elétrica para leigos

Uma pequena porém importante interrupção na série "Subindo a bagaça".

Eu concordo com os especialistas quando dizem que a internet está "emburrecendo" as pessoas e as tornando mais impacientes e superficiais, logo, com dificuldades em ler um texto longo, mas em se tratando de eletricidade numa construção, peço um pouco de esforço.


Mesmo para quem solicitou o projeto da casa a um arquiteto, o projeto elétrico não costuma estar incluído e aí costuma-se deixar os pedreiros disporem os conduítes da forma que eles acham certo e quando a casa está pronta chama-se um eletricista.

Isso pode gerar uma série de dores de cabeça e desperdícios, por isso interrompi a sequência da construção para dar "um tapa" na parte elétrica.
Essa área é a minha "formação nativa", apesar de atualmente ser um desenvolvedor de software, mas com um pouco de boa vontade, cuidado e conhecimento básico de física de segundo grau é possível fazer essa etapa você mesmo e economizar uma boa grana e se divertir às pampas com seu ajudante (no meu caso minha esposa! rs).

Formalmente existem uma série de normas e cálculos (que mesmo os eletricistas não seguem), mas na prática, para uma casa "normal" pode-se seguir com segurança regras bastante simples.

Partindo do pressuposto de uma entrada padrão residencial B2 ou B3 (é quase a totalidade das instalações residenciais - eu optei pelo padrão C2 por questões específicas) e os usos tradicionais de energia elétrica dentro de uma residência unifamiliar, é bastante simples definir e realizar a sua instalação (o que não quer dizer que não seja trabalhoso), eliminando cálculos de demanda, fator de potência, resistividade, etc, etc.

Padrão B2 refere-se a uma instalação elétrica bifásica até 18kW e uma B3 até 25kW, em geral, duas fases de 110V e um neutro.
Por prática, numa residência até 100m² opta-se pelo B2 e acima disso (se não for uma mansão de 1000m² com piscina olímpica aquecida claro) pela B3.

Se você estiver pensando em fazer uma casa de hóspedes ou outra coisa maior depois, que tenha uso razoavelmente constante (que valha o custo fixo da concessionária de energia elétrica), é de se pensar se não convém deixar instalado um poste com dois relógios. Mais uma vez, planejamento é tudo!

Primeiramente deve-se saber que os postes padrão são vendidos, entregues e instalados por empresas e lojas do comércio local, ou seja, cujos produtos são homologados pela distribuidora de energia elétrica local. É só pedir, pagar e em poucos dias o poste estará lá no local. 

O poste que usei e recomendo, é o com caixa interna que pode ser embutido no muro: seguro, prático e de baixíssima manutenção (pra quem mora no litoral isso é imprescindível!).



As dicas práticas que passarei seguem as normas do padrão residencial ND10, mas lembre-se, sentiu-se inseguro ou totalmente ignorante no assunto contrate um especialista, mas vá por mim (um especialista! hehe) você consegue! E é bem divertido fazer um piquenique com a patroa (ou o preguiçoso do gordão aí! rs) na casinha nova ainda a ser acabada!

Vamos esquecer a regulamentação técnica para o desenho, sinceramente, pra uma casinha não é necessário e nem obrigatório.

De posse do croqui da planta, você pode marcar onde estarão seus pontos de iluminação, interruptores e tomadas.

Este é o meu croqui com as anotações iniciais da parte elétrica.
Este croqui já está um pouco alterado em relação ao original.
Clica nele que você pode ver ampliado!

Estou supondo que assim como eu, a posição da caixa de distribuição tenha sido colocada próxima do poste de entrada por questões práticas e econômicas, lembrando sempre que em construção, a diferença no valor total da obra é feita pelo planejamento e economias pequenas em larga escala, assim como na redução do desperdício, portanto, alguns metros de fio (principalmente os de 16mm² e 25mm² de secção são importantes sim!).

Cabos de "x mm²" refere-se a área de sua secção transversa. Sem maiores tecnicismos, vou falar em "mm" apenas, resumindo: maior potência -> maior corrente -> maior a bitola, ou secção transversa.

Lembre-se que a sua conveniência importa, ou seja, a partir de tal lugar quero ligar e desligar isso, etc.
Com essa bagacinha você já pode imprimir umas 50 vias (em canteiro de obra tudo o que não é de aço e concreto estraga. rs) e dar uma pro mestre de obras e bater um papo com ele, o 'basicão' (altura de tomadas e interruptores, etc) eles se viram bem.

Lembre-se também dos pontos de luz externos, campainhas, ar condicionado (que é boa prática deixá-lo num circuito exclusivo), postes de canteiros e qualquer coisa que você for fazer mesmo que no futuro. Uma edícula ou piscina exigem sua própria caixa, se for deixar mais para frente já deixe um ponto de acesso para fazer a interligação ao poste de entrada.

Quase a totalidade dos circuitos passam pelas caixas do teto. Os circuitos são os conjuntos de caixas de luz e tomadas que você ligará a um disjuntor. Aqui entra a segurança e a praticidade.
É inviável e desnecessário usar um circuito para um só quarto por exemplo. Numa relação custo/benefício/segurança pode-se designar circuitos para ambientes próximos, por exemplo, suíte, banheiro e sacada com dois circuitos (um para iluminação e outro para tomadas); outros circuitos para quarto de hóspedes, banheiro social e sacada; outros para sala de estar, hall e sala de jantar; etc.

Quanto mais circuitos mais fios e disjuntores serão necessários e mais complicado será a sua realização. Nada impede por exemplo, que se coloque um circuito geral para iluminação na parte superior, outro para iluminação na parte inferior e outro para a parte externa, o mesmo fazendo com as tomadas de uso geral, mas fazendo assim, você seria obrigado o utilizar um disjuntor maior que 20A (por causa da somatória das cargas) e não protegeria com eficiência (segurança) os pontos individualmente ou nos grupos de maneira adequada.

A iluminação é sempre conveniente estar separada das tomadas para o caso de um curto-circuito ou sobrecarga numa tomada e a consequente queda de seu disjuntor não te deixe no escuro para fazer o reparo. A maioria esmagadora das quedas de disjuntores se dão por problemas em tomadas e não em pontos de iluminação.

De maneira geral (bem geral mesmo), é interessante utilizar um disjuntor/circuito para iluminação e outro para tomadas de uso geral para conjuntos de: 

  • 2 quartos, um banheiro e corredor/hall próximo se tiver;
  • uma suíte com seu banheiro e corredor/hall próximo se tiver;
  • sala de estar e sala de jantar e algum hall próximo se tiver;
  • lavanderia/área de serviço (ferros de passar e máquinas de lavar com aquecimento tem alto consumo);
  • cozinha (aqui talvez até 3 circuitos são convenientes pois o micro-ondas consome muito assim como torradeiras e panelas elétricas, fora a torneira elétrica que deve ter seu circuito exclusivo);
  • áreas externas (é conveniente pensar em algumas tomadas 220V em garagens e locais externos para uso de ferramentas profissionais). 
  • chuveiros, aquecedores e condicionadores de ar sempre tem seu circuito exclusivo e é muito conveniente que tenham um conduíte exclusivo também.

Versão totalmente para leigos de um exemplo de instalação elétrica.
Como padrão, se clicar na figura ela aumenta.
Tem observações importantes nele!

Por causa das observações aqui expostas assim como as constantes aí em cima nesse meu exemplo ogro, é importante estar com o projeto bem adiantado para subir a casa e você ficar de olho na distribuição dos conduítes e se eles não estão interrompidos ou com curvas acentuadas.

No meu caso, como se pode observar no croqui da planta, optei por colocar uma caixa de distribuição na parte de baixo e outra na parte de cima por questão de melhor distribuição dos cabos e cargas. Isso não é necessário.

O ar condicionado da suíte já tem tomada própria com disjuntor exclusivo no próprio quadro de distribuição superior.

Telefone e outras considerações.

Os conduítes também são usados para a condução de cabos de telefones, antenas, rede local (isso é importante porque WiFi é sempre muito pior do que cabo - sempre!) e outras coisas, então acho conveniente que as atenções à instalação elétrica sejam estendidas a esses itens.
Vamos convencionar os conduítes que conduzem todos os cabos menos os de energia elétrica de "conduítes de sinal". Estes todos podem estar interligados sem problemas, porém totalmente isolados da instalação da rede elétrica.

Nada mais horrível que um fio de telefone pendurado do poste até a casa, então, deixe uma caixa de sinais talvez até próxima da caixa de entrada elétrica para que cheguem conduítes específicos para o telefone, TV a cabo e outras coisas desejadas.

A partir da "caixa de entrada de sinais", use um conduíte rígido que passe concretado no chão até subir pelo poste, para que depois os cabos necessários cheguem do poste até ela.

O mesmo é valido para os conduítes exclusivos para essa finalidade por dentro da casa, como algum conduíte da laje superior (para uma antena externa de TV analógica ou digital, internet, etc) que chegue a esses conduítes para sinais.

Alguns cuidados podem ser necessários para essas bobagens de automação residencial também, a chamada "casa inteligente", que sinceramente de inteligente não tem nada porque se você não tem tempo de sentar tranquilamente para fazer e tomar o seu café ao invés de ligar a cafeteira pelo celular, você deveria mudar de vida e não de casa.
Enfim, sei que não é só isso e tem gente que gosta de impressionar os amigos, mas nem quero entrar mais no assunto.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Não recomendo: cubas de sobrepor

Gosto de coisas clean. O mais simples possível, até nas formas.
Inventei de colocar cubas de sobrepor sobre granito. Frescura minha, a patroa, contrariando a grande maioria da espécie é bem ogra e nem fazia questão da frescura.

No fim me arrependi.




Cubas de sobrepor são ótimas em fotos e em revistas de decoração, na prática é algo 'desarranjado'.
Se você coloca a pedra na altura correta (por volta de 85 cm) o topo da cuba fica alta, e se você coloca a cuba na altura certa a pedra fica baixa.

Além da altura a 'distribuição das coisas' sobre a pedra fica esquisita e é mais chato de secar/limpar.

Sei lá, não recomendo e conheço quem colocou e também se arrependeu.
Olha aí como ficou no lavabo.
A foto não mostra o cotidiano...






Observações fixas dos posts com marcadores "NÃO RECOMENDO!": 

  1. Trabalho em desenvolvimento de hardware e software há décadas e portanto, acostumado a lidar com requisitos e normas técnicas, além do mais, leio até caixa de pasta de dente, portanto, alegar que é um problema meu no mínimo é leviandade.
  2. Devemos lembrar sempre que um produto que atende aos requisitos técnicos e éticos não merecem elogios pois são obrigações dos fabricantes e nós pagamos por isso.

sábado, 21 de junho de 2014

Construindo a minha casa - Subindo a bagaça / Parte 1 de 2

Subindo as paredes. E pelas paredes.
Essa etapa é a mais sem graça, porém a mais rápida.

Na alvenaria convencional sobe-se as pardes com elementos de vedação (tijolos, blocos cerâmicos ou de cimento), ou seja, peças sem função estrutural cuja única função é fechar os vãos entre colunas e vigas.
Na alvenaria estrutural os blocos (por isso chamados de estruturais), sejam eles cerâmicos ou de concreto, tem função de sustentar a construção, distribuindo as cargas mais uniformemente pelo baldrame, por isso tem paredes internas mais grossas, não tem fundo e seguem normas mais rígidas.
Como eu disse nos primeiros posts, optaria por essa opção em outras condições.

Foi com esse sistema de vedação que confirmei a tolice de colocar grandes nas janelas. Com umas paredes tão mequetrefes, sinceramente é mais fácil derrubá-las do que se preocupar com arrombar portas ou cortar grades.
Devemos lembrar que o "profissional do roubo/furto" é um empreendedor também, apesar de ilícito, e todas as questões relativas a lucratividade, custo/benefício, tempo, etc. são aplicadas, mesmo que de modo trôpego.

Aliás, aqui na minha região é comum fazerem um buraco na parede para invadir uma casa.

Enfim, essa preocupação e as discussões do conforto psicológico de se colocar grades, câmeras, alarmes, cercas elétricas, etc, é outra.

A discussão sobre optar por blocos cerâmicos ou de concreto é meio infrutífera. Na prática a diferença será miníma. Os tijolos cerâmicos dão mais isolamento térmico,são mais leves (facilidade no manuseio) e menores (armazenamento e versatilidade no tamanho das paredes) e absorvem menos água, por outro lado, tem isolação acústica menor, maior probabilidade de quebras e maior gasto com revestimento
.
Optei pelo "baianão" (bloco cerâmico) pela possibilidade de encontrar blocos com reforço mais dentro das normas, pois a maioria dos blocos de concreto vendidos são uma lástima, fabricados quase sempre de forma artesanal e fora das normas técnicas.



As 4 ou 5 primeiras fiadas acima do baldrame são assentadas com argamassa de assentamento impermeabilizada, para minimizar as chances de umidade nas partes inferiores das paredes.

As construtoras mais profissionais fazem as colunas e vigas antes de fechar as paredes, garantindo maior resistência da estrutura e possibilidade de se começar a cobertura antes da vedação, otimizando tempo, pois em caso de mal tempo pode-se continuar a obra sem problemas.


Tendo o baldrame seguido a planta baixa e o mestre dispondo da mesma, começamos a subir as paredes.

No modelo "convencional", as paredes são levantadas até mais ou menos a contraverga e daí confecciona-se a caixaria para concretagem.
Concreta-se a coluna até essa altura e depois continua-se a vedação até a altura da cinta ou viga.
Na verdade essa é uma prática errada pois como eu disse anteriormente, as colunas devem ser feitas em uma única etapa para ter a resistência teórica esperada, mas como esse modelo "convencional" é super dimensionado acabamos por aceitar essa gambiarra (encher as colunas em duas partes) como padrão.




Na alvenaria estrutural tudo deve seguir o projeto etapa por etapa pois as tubulações hidráulicas e elétricas são embutidas nos blocos sem cortes, por isso esse modelo diminui o entulho e o desperdício.

Na alvenaria convencional o pessoal levanta tudo e corta depois o espaço para os tubos e conduítes, mas mesmo assim é conveniente observar que através de vigas e colunas deve-se prever suas passagens caso necessário, para evitar perda de tempo posterior e até mesmo redução na resistência das mesmas.

A alvenaria estrutural deixa as paredes tão bem acabadas, que muitas casas modernas nem sequer revestem as paredes, deixando os blocos à vista e no caso de se optar por revesti-las gasta-se bem menos material e tempo.
De qualquer modo, na alvenaria convencional, é conveniente que as paredes  de vedação sejam feitas da melhor maneira possível quanto  alinhamento, esquadro e prumo, para que se gaste menos material e tempo na etapa reboque.

É sempre bom estar com o projeto hidráulico e elétrico em mãos (mesmo que seja o seu próprio esboço) para garantir que o planejamento seja mantido e com isso redução de perdas de tempo e material.
Em se tratando de alvenaria estrutural é indispensável.

Até se chegar nas vigas não há muito o que se observar fora o básico: observar esquadro, prumo, alinhamento, armazenamento de materiais, medidas dos vãos e evitar os desperdícios (principalmente de argamassa que é feita demais e "guardada com mais água para usar no outro dia" - o produto resultante já não tem mais a mesma resistência).

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Não recomendo: quadro elétrico Tigre

O quadro de distribuição Tigre é bonitinho e ordinário.


O seu sistema de "torres de sustentação" são uma lástima.
Qualquer pressão exercida sobre eles, através de algum cabo por exemplo, faz com que o suporte dos disjuntores solte dele ou ele mesmo se solte da caixa.
Depois de fechado até que você não repara no problema.

O jeito tradicional dos quadros com suportes fixos é muito melhor.

O barramento de neutro que vem é piada: só da pra usar cabos até 6mm e olha lá, pois mesmo se usar conector para os fios os furos são muito pequenos. Talvez em caixas maiores venha outro modelo.

Observações fixas dos posts com marcadores "NÃO RECOMENDO!": 

  1. Trabalho em desenvolvimento de hardware e software há décadas e portanto, acostumado a lidar com requisitos e normas técnicas, além do mais, leio até caixa de pasta de dente, portanto, alegar que é um problema meu no mínimo é leviandade.
  2. Devemos lembrar sempre que um produto que atende aos requisitos técnicos e éticos não merecem elogios pois são obrigações dos fabricantes e nós pagamos por isso.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Construindo minha casa - Fundação / Parte 2 de 2

No post anterior sobre fundação, as sapatas e os pescoços foram concretados e aterrados, agora inicia-se o baldrame e o re-aterro.
Costuma-se chamar de 'reaterro', pois ao desenformar o baldrame, aterra-se seu interior para se iniciar a concretagem do contrapiso. Em fundações que dispensam sapatas obviamente ela (a fundação) se inicia diretamente pelo baldrame e apenas seu aterro interno é necessário.

Antes, quero dar mais um "tapa" nos materiais derivados do cimento.
Como eu disse no primeiro post sobre fundação, o concreto assim como a argamassa (tanto de assetamento quanto de revestimento) são produtos derivados do cimento, ou seja, ao ser feito a sua mistura, um processo químico é iniciado que leva a cura do material.
Então é fundamental que se entenda que o cimento não "seca" e sim cura.

Esses produtos fluidos tem um processo de cura que depende do tipo de cimento (AC3, AC5, etc) e não pode ser interrompido nem adiado (a não ser por meio de aditivos químicos adicionados a mistura no momento em que ela é feita), é por isso que essa conversa de "no outro dia eu ponho mais água dou uma misturada e uso" é balela.

Esse 'remistura' é como esfarelar um pão francês, misturar água e achar que quando ele secar será o mesmo.
No caso dos derivados de cimento isso gera perda de resistência e desperdício de material.
Mas o interessante é que, quanto mais o cimento demorar a perder água, mais resistente será seu subproduto, por isso que é importante manter lajes, contrapisos e se possível colunas e vigas constantemente úmidas até sua cura total.

O sal é outro inimigo do cimento, mas na prática, ninguém manda fazer um ensaio laboratorial sobre a composição da areia.
No fim, apesar de tentarmos controlar a qualidade, é o superdimensionamento que acaba deixando nossas casas em pé por décadas. Por outro lado, o nosso próprio para sempre é bastante curto...

Sobre o aterro das sapatas/pescoços monta-se o madeiramento dos baldrames.
As ferragens são colocadas em seu interior e amarradas.

Nesta etapa é conveniente que se passem os canos de esgoto para evitar que se tenha que quebrar algo ou cavar depois, o que é bastante estúpido mas corriqueiro entre os pedreiros.

Baldrame concretado.
Lembre-se que nenhum ferro pode estar exposto!

Nas ferragens dos baldrames é conveniente deixar uns "pilotos" para fora de modo a poder se fazer a amarração do seu calçamento ao redor da casa.
O concreto não "gruda" corretamente depois de sua cura e fatalmente o calçamento vai começar a se descolar da casa causando trincas.
O mesmo vale se você vai construir uma casa pequena com previsões de ampliação. Planeje as ampliações antes para que você possa deixar as amarrações disponíveis e também para que não fique parecendo o famoso 'puxadinho'.

Para que se faça emendas em concreto, alguns procedimentos devem ser feitos como ancoragens, raspagens da nata antiga, adesivagem estrutural, e outros.

Baldrames desenformados com o pescoço saindo para a amarração das colunas.

O desperdício com madeiramento é enorme em construções de alvenaria convencional, mas se você tratar bem essas madeiras, apesar de frágeis elas podem ser úteis para uma variedade de coisas posteriormente. Um pequeno tratamento inicial e um desenformante podem ser pequenos gastos adicionais que geram grandes economias futuras.
Prateleiras, forros, casinhas pros bichos e até mesmo pequenos móveis rústicos podem ser feitos com elas!

Baldrame capeado - revestido com no mínimo duas demãos de Neutrol ou semelhante.

Reaterro realizado, camada de brita colocada, malha pop instalada e iniciado o contrapiso.

Após o enchimento do interior do baldrame, alguns utilizam lona plástica entre o aterro e o contrapiso para melhorar a impermeabilização.
O problema é que em geral se usam lonas de péssima qualidade (dessas comuns em lojas de material de construção conhecidas como "lona preta") e aí nada é a mesma coisa, pois esse filme plástico se esfarela em pouco tempo.

Ou usa-se uma lona de alta qualidade (EPDM) ou opta-se por cimentos impermeáveis (esse do tipo Vedajá ou equivalente) em no mínimo duas demãos cruzadas entre o contra-piso e a argamassa regularizadora (que vai logo abaixo do piso).

Não deixe de usar uma malha pop (uma malha de aço dentro do concreto) nos pisos (principalmente na garagem). Isso vai te evitar uma série de dores de cabeça futuras.

A fase da fundação é aparentemente lenta porque se vê pouco resultado, mas é de suma importância.
Nessa fase se gasta uma boa quantidade de grana, praticamente metade de toda a parte básica (construção crua inclusive sem reboque).

Se pescoços ou outras ferragens piloto forem deixadas expostas por muito tempo, proteja-as das intempéries.

No caso do sistema de sapata/baldrame, sendo observado os tempos de cura mínimo e dentro de tamanhos comuns (até uns 300m²), algo em torno de 1 mês (tempo relativo a uma quantidade proporcional de homens/área evidentemente) se perde nesta etapa.