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sábado, 21 de junho de 2014

Construindo a minha casa - Subindo a bagaça / Parte 1 de 2

Subindo as paredes. E pelas paredes.
Essa etapa é a mais sem graça, porém a mais rápida.

Na alvenaria convencional sobe-se as pardes com elementos de vedação (tijolos, blocos cerâmicos ou de cimento), ou seja, peças sem função estrutural cuja única função é fechar os vãos entre colunas e vigas.
Na alvenaria estrutural os blocos (por isso chamados de estruturais), sejam eles cerâmicos ou de concreto, tem função de sustentar a construção, distribuindo as cargas mais uniformemente pelo baldrame, por isso tem paredes internas mais grossas, não tem fundo e seguem normas mais rígidas.
Como eu disse nos primeiros posts, optaria por essa opção em outras condições.

Foi com esse sistema de vedação que confirmei a tolice de colocar grandes nas janelas. Com umas paredes tão mequetrefes, sinceramente é mais fácil derrubá-las do que se preocupar com arrombar portas ou cortar grades.
Devemos lembrar que o "profissional do roubo/furto" é um empreendedor também, apesar de ilícito, e todas as questões relativas a lucratividade, custo/benefício, tempo, etc. são aplicadas, mesmo que de modo trôpego.

Aliás, aqui na minha região é comum fazerem um buraco na parede para invadir uma casa.

Enfim, essa preocupação e as discussões do conforto psicológico de se colocar grades, câmeras, alarmes, cercas elétricas, etc, é outra.

A discussão sobre optar por blocos cerâmicos ou de concreto é meio infrutífera. Na prática a diferença será miníma. Os tijolos cerâmicos dão mais isolamento térmico,são mais leves (facilidade no manuseio) e menores (armazenamento e versatilidade no tamanho das paredes) e absorvem menos água, por outro lado, tem isolação acústica menor, maior probabilidade de quebras e maior gasto com revestimento
.
Optei pelo "baianão" (bloco cerâmico) pela possibilidade de encontrar blocos com reforço mais dentro das normas, pois a maioria dos blocos de concreto vendidos são uma lástima, fabricados quase sempre de forma artesanal e fora das normas técnicas.



As 4 ou 5 primeiras fiadas acima do baldrame são assentadas com argamassa de assentamento impermeabilizada, para minimizar as chances de umidade nas partes inferiores das paredes.

As construtoras mais profissionais fazem as colunas e vigas antes de fechar as paredes, garantindo maior resistência da estrutura e possibilidade de se começar a cobertura antes da vedação, otimizando tempo, pois em caso de mal tempo pode-se continuar a obra sem problemas.


Tendo o baldrame seguido a planta baixa e o mestre dispondo da mesma, começamos a subir as paredes.

No modelo "convencional", as paredes são levantadas até mais ou menos a contraverga e daí confecciona-se a caixaria para concretagem.
Concreta-se a coluna até essa altura e depois continua-se a vedação até a altura da cinta ou viga.
Na verdade essa é uma prática errada pois como eu disse anteriormente, as colunas devem ser feitas em uma única etapa para ter a resistência teórica esperada, mas como esse modelo "convencional" é super dimensionado acabamos por aceitar essa gambiarra (encher as colunas em duas partes) como padrão.




Na alvenaria estrutural tudo deve seguir o projeto etapa por etapa pois as tubulações hidráulicas e elétricas são embutidas nos blocos sem cortes, por isso esse modelo diminui o entulho e o desperdício.

Na alvenaria convencional o pessoal levanta tudo e corta depois o espaço para os tubos e conduítes, mas mesmo assim é conveniente observar que através de vigas e colunas deve-se prever suas passagens caso necessário, para evitar perda de tempo posterior e até mesmo redução na resistência das mesmas.

A alvenaria estrutural deixa as paredes tão bem acabadas, que muitas casas modernas nem sequer revestem as paredes, deixando os blocos à vista e no caso de se optar por revesti-las gasta-se bem menos material e tempo.
De qualquer modo, na alvenaria convencional, é conveniente que as paredes  de vedação sejam feitas da melhor maneira possível quanto  alinhamento, esquadro e prumo, para que se gaste menos material e tempo na etapa reboque.

É sempre bom estar com o projeto hidráulico e elétrico em mãos (mesmo que seja o seu próprio esboço) para garantir que o planejamento seja mantido e com isso redução de perdas de tempo e material.
Em se tratando de alvenaria estrutural é indispensável.

Até se chegar nas vigas não há muito o que se observar fora o básico: observar esquadro, prumo, alinhamento, armazenamento de materiais, medidas dos vãos e evitar os desperdícios (principalmente de argamassa que é feita demais e "guardada com mais água para usar no outro dia" - o produto resultante já não tem mais a mesma resistência).

2 comentários:

  1. Eu acho muito chato a parte de alvenaria rsrsrs mas é extremamente importante os cuidados nesta fase.
    casadolaguna.blogspot.com.br

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    1. Pois é, principalmente o enchimento das colunas e vigas que geralmente ficam cheias de "bicheiras". No próximo post dessa etapa melhoro isso.

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